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Nossa Rua
Naiara Lira

Iêrá...

 

Pra essa rua você me leva

De pés descalços ver vagalumes,

Ouço o rio,

Seus braços me envolvem

E disparado meu coração canta feliz

 

No escuro suas mãos buscam meus toques

E acertivas elas abrem qualquer porta,

E você que sempre diz não ter memória,

Quando me beija lembra de tudo que importa

 

Iêrá...

 

Fecho os olhos no meu quarto

Quando abro, estou no seu!

Seu cheirinho ficou na minha pele

E dou risada que já saudade sinto de ti.

 

Eu te quero mesmo estando assustada,

E o destino dessa viagem pouco importa,

No caminho minhas mãos se dão às duas

E os meus beijos por uma ou mil noites assim.

 

Se essa rua fosse minha,

Eu mandava ladrilhar!

Com pedrinhas, pedrinhas e pedrinhas de brilhantes

Para o meu amor passar.

 

Iêrá...

 

Um pedido pra contar uma história de amor numa rua, num bosque. E, de repente, me vejo naquela rua daquela história ao lado dele: que me faz ter vergonha da breguisse da canção que vai sair do nosso encontro com os vagalumes. Porque ele me faz brega, cafona, ridícula... Citando o poeta: As 'canções' de amor, se há amor, têm de ser ridículas.

 

Outubro de 2015 

 

 

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