Naiara Lira
Não vivi naquele tempo
Nunca ouvi serenata
Mas tenho saudade,
ver casais dançando nas suas janelas,
Música ao luar,
Os vizinhos a espiar
Ah! Tenho saudades,
Só conheço história, Brasília encantada!
Hoje a cidade é triste,
Proibiram ser feliz,
Capa de jornal tem
Gente que morre de silêncio
E de solidão
Morte a toda canção,
Poesia pelo chão,
Som já não amolece o concreto de Brasília
Fria construção
Chora, mas chora baixinho,
Polícia pode aparecer
Pra fechar a nossa casa,
Multar cada nota,
Lacrar nossa alma.
Morte a toda canção,
Poesia pelo chão,
Som já não amolece o concreto de Brasília
Fria construção
Vento cinza vem do chão
Tempo enterra o coração
Saudades de Brasília
Letra: Naiara Lira
Música: Gláuber Ronyel
Arranjo: Thanise Silva
Naiara Lira: Voz
Thanise Silva: Flauta Transversal
Paula Zimbres: Baixo acústico
Leo Barbosa: Percussão
Renato Galvão: Bateria
Cairo Vitor: Violão 6 cordas
Repressão. E o meu show no saudoso Café da Rua 8 cancelado. Senhoritas fechado. Multa injusta, absurda. Pedi ao Gláuber a melodia na manhã do protesto. Ele fez. Eu aprendi. Não virou hino, afinal não é um grito, mas estava ardendo no meu peito enquanto fechávamos a 408 Norte “Ô abre os bares que eu quero tocar! E as minhas contas quem é que vai pagar? Eu sou da música não posso parar!”